sábado, 19 de fevereiro de 2011

Celebração

Esse ano comemora-se o centenário de Nelson Cavaquinho e aí fico imaginando se um dia irão pelo menos pensar em comemorar o meu, afinal todos os meus amigos provavelmente estarão mortos. Acho que os mortos devem adorar os fato de serem celebrados quanto completam seus 100 anos... mas e os 99 e os 101 anos? Com certeza esses passam de graça!
E quando eu morrer como será? Queria que fosse que nem em "No Tom da Mangueira" de Cartola:
Em Mangueira
Quando morre
Um poeta
Todos choram

Vivo tranqüilo em Mangueira porque
Sei que alguém há de chorar quando eu morrer

Mas o pranto em Mangueira
É tão diferente
É um pranto sem lenço
Que alegra a gente

Hei de ter um alguém pra chorar por mim
Através de um pandeiro ou de um tamborim
Quero que haja música e diversão, quase uma orgia! Quero que as pessoas, amigas ou não saltem, encham a pança de guloseimas, beijem amigos desconhecidos do morto (eu!), contem segredos irreveláveis uns pros outros sobre mim. Imagina as pessoas dizendo que namoram e que se conheceram no enterro de um velho amigo? Ah, admito que eu ficaria muito feliz de ser causador de tal encontro...Quero que haja música do início ao fim, da bossa à nova, do rock ao roll, da mpb à mpp e do samba ao samba. Não me importo que as pessoas queiram chorar, porque saudade vai dar, mas que chorem nostalgicamente e com sorrisos nos rostos, se não for possível, que chorem até acabarem as lágrimas para curtir a festa e a comida! Quero que haja também um corajoso para dançar em cima do caixão, já que será bem grande! Loucos seram sempre bem vindos!

Nos meus aniversários, enquanto eu estiver vivo, pretendo fazê-los para que sempre exista a tal felicidade estampada na cara de meus convidados e dos penetras! No mesmo estilo do meu enterro... Divertido!

Tomara que a vida não me tire a vitalidade de viver e que nem pense em tirar minha a vontade de morrer feliz.

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